SALA 17
BENEDITO LACERDA

BENEDITO LACERDA

BENEDITO LACERDA

Nasceu em 14 de março de 1903, em Macaé, Rio de Janeiro. Aos 17 anos, foi morar no Estácio, na cidade do Rio, onde estudou flauta, composição e regência no Instituto Nacional de Música. Entrou para a Banda da Polícia Militar, tornando-se músico de primeira classe e solista em 1925. Participou de vários grupos e orquestras como flautista e saxofonista até formar o Grupo Gente do Morro, em 1930, que seria o alicerce de seu primoroso Regional. Tornou-se autor de sambas, marchas e valsas com inúmeros parceiros, sempre nas vozes de grandes intérpretes. Em 1934, encabeçou curiosa tentativa de divulgação do samba no Norte do Brasil, começando pelo Espírito Santo com sua trupe: ele, Canhoto, Macrino, Doidinho e Russo; na voz, Noel Rosa e a cantora Itamar de Souza; e os cômicos Coringa e Grijó, com as esposas. Mas o samba ainda era coisa do morro. De volta ao Rio, com seu Regional, tornou-se o mais procurado músico acompanhador de todos os tempos, reinando absoluto durante 20 anos.

Em 1946, com Pixinguinha, formou a dupla mais importante da história do choro, com 34 sublimes gravações, sendo a última de dezembro de 1950, quando começou a se afastar da música por ordens médicas: estava com câncer de pulmão e deveria parar de tocar. Muito amigo de Adhemar de Barros, passou a acompanhá-lo em sua campanha à presidência, tendo até um jato à sua disposição. Sem dúvida, foi o maior flautista de todos os tempos, com mais de mil gravações. Sem largar o cigarro, morreu de câncer em 16 de fevereiro de 1958, no Rio, num domingo de carnaval.